quarta-feira, 22 de março de 2017

Cinema - Resenha de "Holding the man"

O amor entre Tim e John é terno, real e intenso (Imagem: Reprodução / AdoroCinema).

Sinopse: Tim e John se apaixonaram ainda adolescentes quando estavam no ensino médio. John era o capitão do time de futebol, e Tim um aspirante a ator fazendo um pequeno papel na peça Romeo e Julieta. 15 anos depois, a vida os pregou algumas duras peças nos dois, passando por separações, discriminação, tentações, ciúmes e as perdas. Até que o destino acabou tomando um caminho inesperado.


Ficha técnica do filme:

Título: Holding the man.
Lançamento: 27 de agosto de 2015.
Duração: 2h08min.
Direção: Neil Armfield.
Gênero: Drama, Biografia.
Nacionalidade: Austrália.



“A coisa mais difícil é sentir tanto amor por você e, de alguma forma, não ser correspondido. Eu desenvolvo paixões todo o tempo, mas é só um desvio da necessidade que tenho de você. Você deixou um buraco em minha vida, um buraco negro. Nada que eu puser lá poderá ser devolvido.”


Resenha: Primeiro longa-metragem australiano que assisti, Holding the man é um filme de drama com romance homossexual. Ele se passa no período de tempo dos anos 70 a 90 e utiliza o recurso dos flashbacks para retornar ao passado e contar esmiuçadamente a história. Timothy Conigrave é um aspirante a ator e frequenta as aulas de geografia juntamente com outro rapaz, John Caleo um jogador de futebol do colégio, que despertou nele um sentimento de atração.

Os dois jovens, Tim e John, na fase do colegial, quando estão se conhecendo
(Imagem: Reprodução / AdoroCinema).

Aos poucos eles vão se aproximando. Timothy é chamado por todos por Tim, ele é um homossexual aparentemente assumido, mas que ainda sofre pela opressão, pois, o colégio em que estuda é católico. John, é de uma família muito tradicional e religiosa. O fato dos dois andarem e ficarem sempre juntos, chama a atenção de alguns funcionários do colégio, os quais são membros da Igreja Católica, padres, por assim dizer. 

Com a diferenciação de tempos, o filme se aterá a contar a fase do colegiado em que os dois enfrentam o preconceito das famílias perante a relação deles e também, a curiosidade que cada um possui em relação à sexualidade em si. Em um outro momento, já na universidade, eles participam de um grupo gay do espaço acadêmico. A partir daí percebemos a personalidade de Tim, que passa a querer ter relações sexuais com mais pessoas. John, sempre se demonstrou ser mais preservado.

Cena do filme (Imagem: Rep. /Library Without Dust).
Em 1985, eles recebem a notícia que mudam suas vidas. Os dois são positivos do HIV. A partir desse momento o filme além de se alternar entre as fases de suas vidas também foca na situação dos dois que terão que lidar com isso perante a família. Holding the man é extremamente intenso em emoções, diria que é um filme muito versossímel, pois, mostra com destreza a realidade da vida de seus personagens, sem meio termos, contendo cenas intensas, seja de dor, relações sexuais e de violência. É válido lembrar que o filme é baseado na autobiografia de Timothy Conigrave.

O drama chamou bastante minha atenção no que tange à trilha sonora, composto por lindas músicas que se relacionam muito com as cenas em que elas passam. As diferenças entre as personagens é de destacar também, Tim, é mais solto, mais despojado e rebelde, John, que fora criado em uma família mais tradicional se apresenta como um jovem mais retraído. Os dois se complementam, e podemos ver como o romance deles se encaminha. Com um final bem marcante, o drama australiano é um excelente filme que nos apresenta um produto artístico crítico, intenso e ao mesmo tempo sensível com a questão da homossexualidade, a qual deve ser tratada com este tipo de teor e não somente enviesada no prazer.

Capa do filme
(Imagem: Rep. / Filmow).

Avaliação do blog de "Holding the man":

Enredo: 9,5
Personagens: 8,9
Fotografia: 9,4
Criatividade narrativa: 8,7

Média: 9,1







Por Lucas Afonso de Souza.

3 comentários:

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